Com sanções dos EUA travando o acesso da China a chips da Nvidia e AMD, Huawei acelera produção do 910C
De acordo com informações da Reuters, a Huawei, empresa chinesa de tecnologia, está se preparando para renviar remessas em massa de microchips voltados para aplicações em Inteligência Artificial para clientes chineses.
As novas restrições dos Estados Unidos, impediram que empresas como Nvidia e AMD — principais fornecedoras globais de microchips para IA — continuassem enviando seus produtos para companhias chinesas. Diante disso, a China tem buscado soluções tecnológicas próprias para contornar o embargo.
A Huawei, mais conhecida no Brasil por seus smartphones, estaria pronta para iniciar as remessas em larga escala do chip 910C para clientes chineses já no próximo mês. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, alguns envios já teriam começado.
Empresas chinesas de IA que utilizavam o chip H20, da Nvidia, foram surpreendidas por um comunicado do Departamento de Comércio dos EUA que restringiu também as vendas do Instinct MI308, da AMD, para a China. O governo americano passou a exigir novas licenças, criando mais barreiras à exportação de microchips voltados à inteligência artificial, sob o argumento de proteger sua soberania nacional.
O chip H20 foi desenvolvido pela Nvidia especificamente para o mercado chinês. Ele possui desempenho inferior ao de outros modelos da empresa, mas foi pensado para atender às demandas chinesas dentro dos limites impostos pelas sanções americanas.
No entanto, as restrições se intensificaram no final do governo Joe Biden e agora no início do novo governo Donald Trump, o que pegou a Nvidia de surpresa. Com estoques parados do chip H20, a empresa deve registrar uma despesa de US$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre de 2025.
Diante desse cenário, empresas chinesas de IA passaram a buscar alternativas dentro do próprio país. O chip 910C, da Huawei, é uma delas. Seu desempenho é considerado comparável ao do H100, um dos modelos mais avançados da Nvidia — e superior ao H20.
O 910C é uma unidade de processamento gráfico (GPU) que representa uma evolução arquitetônica, embora não seja, tecnicamente, um avanço disruptivo, segundo fontes ouvidas pela Reuters e uma terceira fonte familiarizada com o design do chip.
De acordo com a Revista Exame, o governo chinês tem incentivado empresas nacionais a utilizarem chips produzidos no país, como forma de reduzir a dependência tecnológica em relação aos Estados Unidos. A Huawei, com seus desenvolvimentos mais poderosos, pode liderar essa nova etapa no crescimento do setor de IA chinês.
FONTE: JORNAL GGN