10/05/2024

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EXIGE PROTEÇÕES

O Fundo Monetário Internacional, que nada tem de progressista, elabora relatório onde afirma que 40% dos empregos no mundo serão abalados ou extintos com as novas tecnologias da Inteligência Artificial. No Brasil com 44 horas de trabalho na semana, parece uma heresia um dos gurus do capitalismo Bill Gates dizer que “com IA a semana de trabalho tem que ser de três dias”, ou seja apenas 24 horas de trabalho.

Não se trata apenas de uma onda. O mar está subindo de forma permanente na produção e no mundo do trabalho, com consequências que nossas lideranças políticas, sociais e sindicais ainda não percebem. A Revolução Industrial precisou de mais de três séculos, em suas várias fases, para se consolidar no sistema econômico mundial. Nouriel Roubini (2023) afirma que “a IA está transformando a sociedade com velocidade dez vezes superior e em trezentas vezes a escala, comparada com a Revolução Industrial”.

Como vamos proteger milhões de brasileiros que serão atingidos por esta revolução tecnológica? Como o mundo do trabalho e as famílias irão enfrentar esta avalanche?  A Inteligência Artificial substitui os trabalhos rotineiros e, em breve, os cognitivos. E as consequências irão afetar tanto os com baixa escolaridade quanto aqueles altamente treinados.

Hora de conhecer a fundo o que está chegando, com oportunidades e riscos. A própria Nação não pode ficar refém das grandes empresas mundiais de tecnologia. Daí a importância da I Conferência Inteligência Artificial, Sindicatos e a Luta por Direitos, que irá acontecer em maio e junho deste ano. Por participação e colaboração das sete universidades públicas no Ceará (UFC, IFCE, UNILAB, UFCA, UECE, URCA e UVA), dezenas de entidades sindicais, instituições e entidades estudantis universitárias, a I Conferência irá acontecer em Fortaleza, Redenção, Juazeiro do Norte e Sobral.

Quais nossas proteções frente ao tsunami da Inteligência Artificial? Reduzir a semana de trabalho no Brasil para quantas horas e dias? Renda básica universal, com quais critérios e benefícios? Ações de governo para requalificar os profissionais com 50 anos e mais para esta nova realidade de trabalho? São muitas perguntas ainda sem respostas, mas vamos enfrentar este cenário inevitável. A agenda está aberta e em amadurecimento. Precisamos ter consistência, abrangência e rapidez para provavelmente o maior desafio que enfrentamos enquanto civilização.

José Vital
Secretário de Organização da I Conferência IA, Sindicatos e a Luta por Direitos

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